6 de julho de 2012

Oh admirável mundo novo


Embasbacado, foi assim que fiquei após iniciar a leitura desse livro. Anestesiado, foi assim que eu finalizei a mesma. Não posso começar o texto sem postar a nota escrita na contracapa da edição que eu li.
“A vigorosa novela de Aldous Huxley sobre um aerodinâmico Éden sem alma é a mais brilhante, profunda e terrível evocação do futuro que nossa civilização possa vir a criar. Admirável Mundo Novo é a visão profética de Huxley do homem natural num mundo não natural, onde a liberdade jaz morta e todos nossos conceitos de moralidade são esquecidos. Um olhar franco e chocante a um amanhã aterrador e possível".
Capa do livro Admirável Mundo Novo, versão de bolso

O livro começa com uma pegada muito futurista, eu quero lembrar aqui que Huxley escreveu ele em 1931, muitos de seus avós nem eram nascidos. As situações em que os personagens se encontram, hoje em 2012, podem ser até imaginadas, mas naquela época seria quase impossível.
Vamos ver o que você conhece de cinema em 1931? Bom, no livro Huxley narra cenas de cinema sensível (onde você sente as cenas, um beijo, um toque, etc). Ora é isso que o cinema está buscando, em 2012, salas que emitem cheiro, imitam o ambiente do filme já estão sendo desenvolvidas, palmas para o Huxley.
Bom isso é só um grão de areia das projeções dele, muitas outras ocorrem naquele admirável mundo novo, onde as pessoas são condicionas em classe, onde a palavra liberdade não existe, não por ser reprimida, mas por ninguém a ter experimentado, a moralidade do século XXI é tida como repugnante. Sentir dor, amar, ter filhos e todas as emoções são totalmente cômicas, dispensáveis e odiadas.
Tem um texto que circula pela internet chamado “Decálogo de Lênin”, cada dia que passa esse texto faz mais sentido para mim, cidadão brasileiro, consegui estabelecer uma comparação entre o Decálogo e o Admirável mundo novo, os dois são de fácil entendimento, mostram uma perspectiva espantosa, porém possível.
No prefácio do autor, neste livro, tem uma parte que ele diz: “Por enquanto estamos na primeira fase do que talvez seja a penúltima revolução. Sua fase seguinte pode ser a guerra atômica, caso em que não nos precisaremos preocupar com profecias sobre o futuro”.
O cara me diz “galera, vai explodir uma bomba e ferrar com tudo, se liga só”. Não preciso explicar pra vocês que alguns anos depois duas bombas explodiram sobre o território do Japão né queridos (Huxley gênio, vidente)? E também não preciso explicar pra vocês que se seguir assim as profecias de daqui a 600 anos (escritas no livro) não ocorrerão né? Bom se eu fosse você, tiraria um final de semana para ler esse livro e dizer “Huxley você é fantástico, te amo, me beija, só que sem a parte do beijo”.

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